Após
a
brilhante
explanação
elaborada
por
Wada,
tentar
tecer
qualquer
comentário
ou
argumentação
seria
“pingar
no
molhado”.
Dessa
forma,
me
limitarei
a
abordar
alguns
fatos
mais
cotidianos,
mais
práticos
com
relação
à
socialização
para
demonstrar
empiricamente
o
que
já
foi
revelado
teoricamente.
Em
primeiro
lugar,
há
o
fator
histórico.
A
história
é
clara
ao
descrever
a
escola
como
uma
invenção
social,
uma
instituição
criada
– e
não
natural.
Houve
um
determinado
momento
histórico
em
que
a
escola,
simplesmente,
não
existia.
Na
verdade,
qualquer
historiador
irá
concordar
que,
considerando
toda
a
História,
houve
mais
períodos
sem
escolas
do
que
períodos
com
escolas.
Esse
é
um
fato
inquestionável
que
nos
leva
a
uma
pergunta
óbvia:
se
não
havia
escola
par
proporcionar
a
interação
social
necessária
a
todo
ser
humano,
como
essa
socialização
ocorria?
Não
é
preciso grandes conhecimentos históricos para
imaginar
que
tal desenvolvimento
ocorreu
em
outros
espaços
e
eventos
sociais
– tais
como:
mercados,
praças,
festas,
eventos
religiosos,
etc.
Neste
sentido
a
História
advoga
à
favor
da
Educação
Domiciliar
ao
demonstrar
que
as
pessoas
se
desenvolveram
socialmente
muito
bem
antes
mesmo
de
se
cogitar
a
possibilidade
de
uma
instituição
escolar
de
educação.
Afirmar
que
não
pode
haver
socialização
fora
das
escolas
é
o
mesmo
que
negar
todo
o
desenvolvimento
humano
anterior
à
criação
desse
tipo
de
espaço
educacional
– poderíamos,
inclusive,
questionar
se
hoje
somos
mais
“sociais”
do
que
éramos
antes
da
escola,
mas
deixemos
esse
debate
para
outra
ocasião...
Em
segundo
lugar,
há
o
fator
da
falta
de
comprovação
da
hipótese.
Que
bicho
é
esse?
É
um
nome
difícil
para
algo
simples:
quando
uma
hipótese
(ideia,
suposição,
opinião,
etc.)
é
levantada,
somente
pode
ser
utilizada
como
argumento
caso
haja
uma
comprovação
de
sua
validade
– nesse
caso,
a
possibilidade
passa
de
“hipótese”
para
o
nível
de
“teoria”.
Ao
se
dizer
que
a
criança
ensinada
em
casa
“perde”
na
socialização,
temos
uma
hipótese
que
não
pode
ser
considerada
fato,
nem
ao
menos
teoria,
pois
não
foi
comprovada.
Na
verdade,
todos
os
dados
estatísticos
têm
apontado
justamente
o
oposto:
crianças
educadas
em
casa
tendem
a
se
tornar
adultos
mais
bem
socializados
do
que
crianças
ensinadas
em
instituições
escolares.
Mas,
vamos
um
passo
além...
Supondo
que
as
estatísticas
demonstrassem
que
50%
das
crianças
ensinadas
em
casa
possuem
alguma
deficiência
social,
isso
seria
prova
suficiente
para
afirmar
que
somente
na
escola
há
socialização?
De
forma
alguma!
Na
verdade,
mesmo
que
99%
dos
alunos
domiciliares
apresentassem
problemas
sociais,
cientificamente,
poderíamos
afirmar
que
isso
é
devido
ao
ensino
em
casa
somente
após
diversas
pesquisas,
testes,
contra-testes,
etc.
Não
podemos
negar:
quem
afirma
que
não
há
socialização
ao
se
ensinar
em
casa
não
está
sequer
no
início
de
todo
esse
processo...
Definitivamente
não
há
qualquer
evidência
que
sustente
a
hipótese
da
não-socialização
de
educandos
domiciliares.
Portanto,
todo
e
qualquer
pensamento
nesse
sentido
não
passa
de
especulação
e
qualquer
suposto
argumento
não
passa
de
falácia.
E
se
alguém
não
concorda,
que
sejam
reveladas
as
provas...
Por
fim
gostaria
de
apresentar
o
argumento
mais
simples
e
poderoso
com
relação
a
este
assunto.
Esse
argumento
não
se
baseia
na
lógica,
nem
no
pensamento
científico...
É
um
simples
exercício
de
reconhecimento
de
fatos.
O
reconhecimento
de
fatos
nada
mais
é
do
que
chegar
a
conclusões
baseado
em
suas
experiências
pessoais,
e
pretendo
levar
você
a
fazer
isso
neste
momento
sobre
a
questão
da
socialização.
É
simples
assim:
você
conhece
alguma
pessoa
que
é
analfabeta
e/ou
que
nunca
foi
para
escola?
Tenho
quase
certeza
que
conhece
pelo
menos
uma...
Agora
pense:
essa
pessoa
tem
problemas
de
socialização?
Ela
não
sabe
se
relacionar?
Ela
tem
dificuldades
para
interagir
com
outras
pessoas?
Nem
precisa
responder...
Se
não
podemos
ter
socialização
fora
da
escola,
os
esquisitos,
reclusos
sociais,
psicopatas,
etc.
seriam
todos
analfabetos...
E,
definitivamente,
isso
não
é
verdade.
Sei
que
o
que
vou
dizer
agora
gerará
muita
crítica
e
polêmica,
mas
posso
afirmar sem
margem
de
dúvida
que
um
agricultor
analfabeto
sabe
se
relacionar
muito
melhor
socialmente
com
as
pessoas
ao
seu
redor
do
que
um
professor
universitário.
Você
tem
todo
o
direito
de
discordar,
mas,
com
raras
exceções,
vejo
a
“instrução
institucionalizada”
dessocializando
as
pessoas
muito
mais
do
que
socializando...
Para
mim
não
há
mais
o
que
se
discutir
sobre
socialização.
Dentro
do
que
já
me
foi
dito,
diante
do
que
já
me
foi
exposto,
como
disse
em outros momentos,
a
questão
da
socialização
está
morta
e
enterrada.
Não
concorda
comigo?
Bom...
estou
disposto
a
debater...
Se
você
tem
argumentos
consistentes
sobre
o
tema,
me
envie.
Entretanto,
acho
muito
difícil
esse
“mito”
realmente
sair
do
senso
comum.
Afinal,
como
todo
mito,
não
é
baseado
em
evidências,
mas
sim em
sentimentos
como
medo
e
receio
do
desconhecido...